quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Esperemos‘pacientemente’, a chegada da Primavera


Saber esperar...



Conta-se que Buda caminhava por uma estrada poeirenta sob um sol escaldante, quando sentiu sede. Pediu ao jovem discípulo que o acompanhava que lhe trouxesse água fresca.

Desejoso de agradar seu querido mestre saiu o discípulo em desabalada carreira ao encontro de um limpo riacho pelo qual haviam passado há algum tempo. Foi tomado de surpresa ao encontrar o riacho diferente do que viram momentos antes. Uma pequena caravana havia atravessado pela água que agora estava turva e com a superfície salpicada de folhas, caídas das árvores próximas. Isso sem falar no cheiro desagradável que pairava no ar, proveniente das fezes dos animais que puxavam as carroças.

Atônito, voltou correndo até o lugar onde Buda descansava tranquilo e sereno, para contar-lhe muito alarmado o que vira. Em seguida, ofereceu seus préstimos para buscar água mais adiante, cerca de três quilômetros dali.

Já ia correndo novamente, quando Buda o fez estancar. Sem entender, mas, ainda sequioso por atender seu mestre, parou para ouvi-lo. Buda, então, lhe pediu que voltasse ao riacho por onde haviam passado a pouco e esperasse pacientemente até que a água voltasse a ficar límpida, para, só então, lhe trazer a água.

Não é difícil deduzir que o discípulo ao chegar ao riacho já o encontrou mais limpo e, por algum tempo, acompanhou pacientemente a água voltando à sua transparência natural.

Essa metáfora é por demais especial, pois nos convida ao exercício da paciência.

Diante de uma situação conflituosa temos por hábito interferir ansiosamente, tentando mudar o rumo dos acontecimentos, geralmente, ao nosso favor, quando, na maioria das vezes, tudo o que precisamos fazer é esperar.

A paciência é considerada a mãe das virtudes, talvez por que por ela passem tantas outras. É um exercício de espera compreensiva quando estamos diante de uma situação que nos parece nebulosa. Pode até incluir uma atitude de renúncia à necessidade de fazer prevalecer nossa razão apenas pelo prazer de ‘estar certo’.

Talvez Buda nem estivesse com sede, mas, não perderia jamais uma oportunidade de ofertar um aprendizado ao amado discípulo. Tomemos para nós essa lição.

Saber esperar é uma forma preciosa de auxiliar o fluxo natural dos acontecimentos, pois, todas as situações, por mais conflituosas que sejam, estão fadadas a um desfecho. Nossa ansiedade por resoluções é capaz de obstruir essa fluência aumentando a complicação.

Para exercitar, esperemos ‘pacientemente’, a chegada da Primavera. Ótimos dias a todos!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

ciclofaixa da zona sul



Primeira da série, ciclofaixa da zona sul será inaugurada dia 11 Lígia Ligabue
A partir do próximo domingo, moradores da região sul da cidade contarão com uma ciclofaixa que vai contornar o Aeroclube. Com a demarcação já feita no asfalto, seguindo as normas do Código de Trânsito Brasileiro, ela estará liberada aos ciclistas das 7h às 12h, todos os domingos. Porém, a prefeitura, a Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Rural de Bauru (Emdurb) e o vereador Fernando Mantovani (PSDB), um dos entusiastas do projeto, já afirmaram que essa é apenas a primeira de uma série de ciclofaixas que serão implantadas na cidade.
A ciclofaixa abrange a avenida Getúlio Vargas das quadras 9 a 19, passa pelas quadras 5 e 6 da rua Inácio Alexandre Nasralla, segue pela rua Araújo Leite da quadra 36 a 40, quadra 1 da rua Cláudio Zuwicker e avenida Octávio Pinheiro Brisolla, em frente ao Aeroclube. Os mais aventureiros podem fechar o circuito, contornando o Wal-Mart por uma rua de terra, que vai sair em frente à base do helicóptero Águia da Polícia Militar (PM). O circuito total terá 4,9 quilômetros de extensão.
“Vamos começar a instalar as ciclovias previstas no Plano Diretor. Como muitas serão implementadas em avenidas que são antigas na cidade, vamos delimitar o espaço destinado às bicicletas com pintura no asfalto, criando as faixas exclusivas”, explica o prefeito Rodrigo Agostinho.
A primeira delas será a da Getúlio Vargas, que foi pintada no último final de semana. A ciclofaixa fará parte do projeto “Recrovia”, que vai transformar o trecho entre as quadras 9 e 19 da avenida, no sentido bairro-Centro, em uma rua de lazer nas manhãs de domingo.
Além da área de passear, quem for à Getúlio Vargas na manhã de domingo, poderá completar toda a ciclofaixa, que é destinada ao lazer. De acordo com o presidente da Emdurb, Rubens Ribeiro, o Rubito, esse tipo de faixa exclusiva a ciclistas será liberada somente nas manhãs de domingo e feriados. Já as destinadas às pessoas que usam bicicletas para ir aos seus empregos, a Emdurb implantará ciclofaixas de trabalho, que funcionarão todos os dias da semana.
Trabalho
A primeira delas a ser implementada é a que vai ligar o Núcleo Mary Dota ao Distrito Industrial. O trajeto ainda não foi definido, mas provavelmente passará pela avenida Nuno de Assis, início da Marcos de Paula Raphael e avenida Rosa Malandrino Mondelli.
De acordo com Rubito, as ciclofaixas de trabalho terão estacionamento proibido dos dois lados da via. “Vamos estudar implementar essas faixas em avenidas mais planas, que façam ligação de bairros e que já sejam usadas por muitas pessoas para se deslocar ao trabalho”, explica.
O vereador Mantovani, que luta pela instalação de ciclovias na cidade, elogia a criação da primeira faixa exclusiva para ciclistas em Bauru. “É um projeto muito bacana, porque com duas latas de tinta você proporciona lazer para toda população”, afirma.
Usuários
André Dabus, do grupo “Vai quem qué”, que há 18 anos reúne ciclistas de Bauru para explorar trilhas na região, é um dos entusiastas da idéia. “Todas as cidades que mantêm infra-estrutura viária adequada, têm uma ciclofaixa. Acho uma iniciativa extremamente viável para lazer e para quem usa como meio de transporte. Vai levantar algumas dúvidas no começo, mas em outras cidades deram resultado”, observa.
O médico Alberto Sala Franco, que faz parte do “Vai quem qué” desde o início, conta que já estava na hora de Bauru investir em ciclofaixas. “É ótimo. E chegou atrasado, a cidade já devia ter feito há muito tempo. Quando fui para Holanda, há 10 anos, vi ciclovias com semáforo e tudo”, conta. “A bicicleta é um meio de transporte bom e barato, que não polui. Ainda bem que a atual administração tem essa visão”, destaca.
O publicitário Rafael Cavaca, 26 anos, pedalava na tarde de ontem pela Getúlio Vargas, já aproveitando a faixa delimitada. Ele seguiu pela ciclofaixa até a altura da Praça da Copaíba, onde o local estava ocupado por carros estacionados. “A iniciativa é perfeita. A Getúlio Vargas é como se fosse a praia do bauruense. Além disso, estimula as pessoas a saírem de suas casas, praticar exercícios”, ressalta.
Para o segurança Helder Ricardo Forti, os ciclistas precisam de espaço em Bauru. “Quem gosta de praticar esportes ao ar livre precisa de mais locais. Mas acho que a ciclofaixa deveria ser liberada todos os dias depois das 18h”, diz.
O ciclista e proprietário de uma loja especializada em bicicletas, Edemilson Rogério Veríssimo, que também promove passeios noturnos pela cidade, defende as ciclofaixas.
“Acredito que a primeira será uma experiência, para avaliar como os motoristas, pedestres e ciclistas se comportam, até que acostumem uns com os outros”, diz.
Ele também defende que o poder público invista em informação para garantir a segurança dos usuários. “Mesmo quem é acostumado a andar sempre às vezes passa por sufoco. Por isso, é preciso conscientizar todos que vão utilizar a via”, destaca. _____________
Toda cidade terá faixas para ciclistas
O prefeito Rodrigo Agostinho, o presidente da Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Rural de Bauru, Rubens Ribeiro, o Rubito, e o vereador Fernando Mantovani destacam que depois da avenida Getúlio Vargas, outros bairros da cidade deverão receber ciclofaixas. Rubito ressalta que a via candidata a receber a faixa destinada a ciclistas deve ser analisada sob os aspectos de relevo, limitação de estacionamento de veículos e ter demanda de ciclistas transitando pela área.
São candidatas a receber as ciclofaixas, as avenidas Nuno de Assis, Elias Miguel Maluf, Moussa Tobias e Comendador José da Silva Martha. As avenidas Nações Unidas Norte e José Vicente Aiello, que serão construídas, já contemplam ciclovias em seus projetos.
O prefeito destaca que as duas únicas ciclovias existentes em Bauru serão reformadas. A da avenida Edmundo Carrijo Coube – que vai do Hospital Estadual à Universidade Estadual Paulista (Unesp), no sentido câmpus-Núcleo Geisel, passará por uma revitalização. “Ela será reformulada para se tornar mais atrativa à população”, explica.
Já a que liga o Núcleo Octávio Rasi ao Distrito Industrial 1, margeando o acesso à rodovia Bauru-Jaú, será completamente reconstruída. “A expectativa é, até o final do mandato, construir 20 quilômetros de ciclovias espalhados pela cidade”, diz Rodrigo.
Mantovani explica que a idéia é implantar ciclofaixas por toda a cidade e depois interligá-las. “Assim, quem precisa cruzar a cidade de bicicleta terá um caminho mais seguro”, observa. O presidente da Emdurb deixa claro que o objetivo é investir pesado nesse tipo de transporte alternativo.
“A partir de agora, as avenidas serão analisadas para receber as ciclofaixas. Elas terão estacionamento proibido e os comerciantes terão que se adaptar, construir baias para seus clientes pararem os carros”, defende Rubito.