sexta-feira, 11 de junho de 2010

Como Criar Psitacídeos

Como Criar Psitacídeos



Devido à beleza natural, as aves são muito procuradas para ornamentação de sítios e chácaras, mas também são criadas em residências como bicho de estimação
Texto João Mathias

Consultor Fábio M. Hosken*
Arara: originária da América do Sul, África e Austrália, foi disseminada para outros países na antigüidade
O colorido exuberante formado pelas penas dos psitacídeos - araras, papagaios, maritacas, jandaias e tuins - traz à memória lugares exóticos, muitos deles encontrados em regiões tropicais do mundo. O tom verde, que predomina no jogo de cores das penas dessas aves, remete à imagem de matas e florestas abundantes em diversos países do hemisfério sul. Inspiração que deve ter levado à criação do papagaio Zé Carioca como personagem brasileiro nos desenhos animados de Walt Disney.
Habitantes da América do Sul, África e Austrália, os psitacídeos foram disseminados para várias partes do mundo na antigüidade, período em que eram vistos como símbolo de riqueza e ouro na Índia. Entre especiarias e outras cargas, os papagaios também fizeram parte da bagagem de Cristóvão Colombo de volta do país do sudoeste da Ásia.
Com um visual muito atraente e de tonalidades vivas, os psitacídeos são vendidos para embelezar as propriedades, chácaras e sítios, e até mesmo como animais de estimação criados em residências. São fáceis de manejar, mas exigem limpeza no local de criação.
Jandaia
Papagaio

Maritaca
Existem mais de 300 espécies de psitacídeos no mundo. Aves de bico torto pertencentes à família Psittacidae, deles derivam outras centenas de subespécies e raças originadas de cruzamentos artificiais. Podem ser citados os periquitos e os agapornis, entre outras aves que possuem penas de várias cores. Entre os papagaios brasileiros falantes, popularmente conhecidos como "louro", destacam-se o Amazona aestiva e o Amazona ochrocephala.
Devido à beleza e ao exotismo das cores, a grande procura pelas aves criou um comércio ilegal. As espécies estão entre os animais mais ameaçados de extinção no mercado interno. Para inibir a expansão desse tráfico, recomenda-se verificar a procedência das aves antes de comprar algum exemplar. Os psitací deos não são baratos. Cada arara pode sair a 1.500 reais, e o papagaio, mil reais.

Raio X
CUSTO: mil reais o exemplar

CRIAÇÃO MÍNIMA: dois casais de papagaio

INVESTIMENTO INICIAL: 5.900 reais

RETORNO: três anos

REPRODUÇÃO: três a quatro filhotes por ano
Mãos à obra
INÍCIO - Adquira as aves só de criadores ou locais com boa referência. Criatórios são permitidos apenas com autorização do Ibama. Antes, saiba a dieta das aves que foram adotadas pelo criador. Alimentação à base de sementes de girassol é muito gordurosa e engorda os pássaros, o que pode provocar baixa atividade sexual e infertilidade.

AMBIENTE - Os psitacídeos gostam de se exercitar, por isso é indicado oferecer espaço para as aves. Dê preferência para viveiros retangulares e de tamanho médio. Além de boa área, esses modelos também são mais adequado para a reprodução.

ESTRUTURA - Um viveiro de madeira de 10 x 5 x 2 metros, cercado com tela de arame galvanizado, acomoda uma criação coletiva. Na base, faça uma mureta de 30 centímetros para barrar o acesso de água e predadores. Do lado de dentro, cimente metade da área com 15% de declividade, para o escoamento de água. Cubra uma parte com telhas de barro e instale o bebedouro e o comedouro, onde ficarão protegidos da chuva. Na parte descoberta, coloque um tanque de areia em um dos cantos do viveiro.

NINHOS - São de madeira e devem conter poucos pregos, para evitar que as aves machuquem os bicos. Fixe-os no alto das paredes de tela. Para os papagaios, os ninhos ficam na vertical e medem 35 x 35 x 60 centímetros, com abertura circular de 25 centímetros de diâmetro. Revista com tela o lado externo, caso estejam instalados do lado de fora do viveiro para ganhar mais espaço interno. Devido ao tamanho e à envergadura, as araras precisam de um ninho horizontal.

ALIMENTAÇÃO - Além de ração, alimente as aves com sementes variadas de leguminosas e cereais pela tarde. Pela manhã, ofereça frutas, legumes e verduras. Procure evitar alimentos pastosos, para não grudar no bico, nem gordurosos. Para os filhotes, inicie com ração em pó uma vez ao dia durante os primeiros 50 dias. Em seguida, passe a dar duas vezes e acrescente sementes. Somente depois de dois meses, introduza frutas, legumes e verduras.

REPRODUÇÃO - As fêmeas geram de três a quatro filhotes por ano. Eles começam a quebrar a casca dos ovos após um período de 30 dias de choca da mãe. Nas primeiras 12 a 24 horas, a ninhada mantém-se em jejum. A reprodução pode ser dobrada com uso de incubação artificial, mas o método exige equipamentos caros.

CUIDADOS - A higiene dos viveiros é fundamental para garantir boa criação. Os psitacídeos não devem entrar em contato com as próprias fezes e restos de comida, para não correr riscos de contaminação por fungos e bactérias.

DICAS - Faça a vermifugação e chame um profissional a cada trimestre. Nos primeiros 14 dias de vida dos filhotes, aplique um tratamento contra vermes chatos e redondos. No segundo mês, faça análise microbiológica de cloaca e exames de sangue

* Fábio M. Hosken é zootecnista e consultor para criação de animais silvestres, tel. (31) 9807-7001, fabio@zooassessoria.com.br

Onde adquirir: André Lamounier (31) 9167-7000; Vale Verde (31) 3530-9171; criadores de matrizes registrados no Ibama; e excedentes de zoológicos..


Mais informações: Zoo Assessoria, Av. Álvares Cabral, 982, 11º andar, Belo Horizonte, MG, CEP 30170-001, tel. (31) 2126-8063; Ibama - SCEN Trecho 2, Ed. Sede, Caixa Postal 09870, CEP 70818-900, Brasília, DF, tel. (61) 3316-14

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