Falta alegria em nossas vidas.
“Meu Deus, como andamos chatos, dei-me conta outro dia”.
“Não paramos de reclamar”. (...)
“- Eu acho que uma das coisas que andam faltando, além de emprego, decência e tanta coisa mais, é alegria. (...) Andamos com pouco bom humor”.
“Érico Veríssimo, velho amigo amado, uma das minhas mais duras perdas, me disse quando eu era muito jovem: Lya, em certos momentos o que nos salva nem é o amor, é o humor”.
“Um riso bom ou um sorriso terno em meio a toda a crueldade, falsidade, hipocrisia, violência de acusações abjetas, de calúnias vis, de corrupção escandalosa, de desagregação familiar melancólica, de mentira secreta e venenosa podem nos confortar e devolver a esperança”.
Esta pode parecer uma notícia ou uma crônica sem muito sentido, até com cheiro de mofo, pois com “tanta coisa grave acontecendo, tanta tragédia” e queremos “falar de alegria?”.Mas é aí justamente que reside o interesse no fato, porque o convite à alegria deve ser repetido sempre e constantemente, pois há quem se esqueça da importância dessa atitude comportamental na vida, talvez até pela indiferença que vai se instalando na rotina diária. Há tanta gente caminhando triste pelos caminhos da vida, como gado ao matadouro, que é preciso levantar bandeiras de valorização da alegria de viver. O Espírito Joanna de Angelis, ao analisar os fatores que caracterizam o surgimento da consciência e a formação do caráter, opina que a criatura humana, acossada pelo medo e pelo costumeiro pessimismo, que se atribui contínuas desventuras, passa com ligeireza emocional pelas alegrias, enquanto se detém nos desencantos. (destaque nosso).
Isso é certo! Seja pelo estresse ou individualismo dos tempos atuais ou pela necessidade de inspirar compaixão, as pessoas preferem sempre destacar o “lado pior” das coisas e situações, colocando em evidência seus conflitos e frustrações. Tornam-se, então, melancólicas, tristes, apáticas...
Entretanto, a vida nos pede alegria. Alegria de viver. Encarar as coisas com paciência, serenidade e bom humor até.
É a mesma Joana de Angelis que nos vem dizer da importância de um comportamento alegre ao afirmar que “a alegria é a mensagem mais imediata que caracteriza um ser saudável. Quando se instala, todo o indivíduo se expressa num fluxo de energia que o domina, que se movimenta dos pés à cabeça e dela à planta dos pés. Há um continuum de vitalidade que irriga todo o corpo, demonstrando que se está vivo, sem áreas mortas nem constrangimentos psicológicos inquietadores”.
Além dos aspectos ligados aos fluxos energéticos, a alegria proporciona ao cérebro maior contribuição de enzimas especiais, encarregadas de produzir saúde, facultando o riso, que é um estimulante poderoso para a fabricação de imunoglobulina salivar (sIgA), portadora de fatores imunizantes, que propiciam o constante equilíbrio orgânico, evitando a invasão de vários vírus e bactérias perniciosos. (...)
Por isso, valerá sempre a pena sorrir... e rir, como resultantes do legítimo e saudável estado de alegria, que é “a presença de Deus no coração do ser humano, cantando, sem palavras, melodias de perenidade, mesmo que de breves durações” .
Fica evidenciado que aqui estamos tratando da alegria ativa, que constrói o bem-estar de quem está à nossa volta e não daquela alegria que nasça de futilidades, do humor desrespeitoso ou calcado de preconceitos; falamos da alegria que permeia o cumprimento dos deveres com responsabilidade e senso de crescimento espiritual. Uma alegria com Jesus, nos padrões que Ele recomendaria.
“Sorrir é o melhor remédio”, já destaca há décadas um caderno da publicação Seleções Reader’s Digest, que apresenta aos leitores interessantes casos de humor retirados das experiências do cotidiano. “Sorria. Sorriso é contagiante – experimente e comprove”, diz um artigo de Wendy Mcready, da Seleções de fevereiro de 2003.
Podemos dizer, finalmente, que a alegria faz parte daqueles ingredientes que tornam a vida mais agradável e, portanto, deve ser praticada e doada ao próximo, pois alegria também é uma forma de amor, pela vida e pelas pessoas.
por: Lincoln Barros de Sousa
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