segunda-feira, 20 de julho de 2009

Mesmo com crise, frota de veículos em Bauru aumenta

Mesmo com crise, frota de veículos em Bauru aumenta
Lígia Ligabue
A média varia conforme a fonte dos dados, mas o certo é que todos os dias são vendidos dezenas de carros, motocicletas e caminhões em Bauru. Mesmo com a crise mundial que afetou seriamente o setor automobilístico, a média de vendas do ano foi mantida graças ao pacote lançado pelo Governo Federal e também à facilitação das formas de pagamento.

Números do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) demonstram que entre março de 2008 e o mesmo período desse ano a quantidade de carros em Bauru aumentou 7,2%, com uma média de 32 novos veículos todos os dias nas ruas. Pelos dados do Denatran, a frota de Bauru em março soma 176 mil veículos.

Já os números da Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp) que chegam à 5.ª Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) apontam que em fevereiro a quantidade de veículos registrados na cidade passava dos 180 mil.

Para reduzir o impacto da crise no setor, o Governo Federal lançou no final do ano passado um pacote de medidas para impulsionar a venda de veículos. A principal foi reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para as montadoras. As empresas repassaram rapidamente o benefício para os consumidores e as vendas, que tinham caído, em outubro de 2008, voltaram a subir.

Jorge Simão Neto, diretor de uma concessionária de carros no Higienópolis, destaca que o ano passado foi histórico para o setor. “Em 2008 as vendas foram muito fortes e chegou, inclusive, a faltar produtos”, conta. Porém, a eclosão da crise financeira mundial afugentou o consumidor. “Em outubro, as vendas caíram em torno de 30%”, calcula.

Em novembro, a União lançou o pacote contra a crise e o setor voltou a se aquecer. Em meados de novembro, quando o imposto baixou, houve uma receptividade grande. “A partir daí, até o mês de maio desse ano, o patamar de vendas ficou até superior ao do ano passado, cerca de 5% a mais”, destaca o empresário.

Simão Neto observa que, com a chegada da crise, as montadoras acumularam veículos em seus pátios. Com o sucesso do pacote, a retirada dos carros pelo consumidor ficou mais rápida. “A redução do IPI, aliada à oferta de produtos à pronta-entrega, impulsionou as vendas”, diz. “Além disso, os preços não têm subido e a oferta de crédito está facilitada, com longos prazos e os juros voltaram ao patamar anterior à crise”, enumera.

Mas Simão Neto pondera que a boa fase deve acabar logo. “Junho é o último mês de redução de IPI. Não havendo prorrogação, a gente espera uma queda nas vendas até maior que 15%”, calcula. Por isso, ele orienta os consumidores que planejam adquirir um carro zero quilômetro a procurar uma concessionária o quanto antes. “Nosso conselho é não deixar para os últimos dias, pois o cliente pode até encontrar o carro que deseja, mas pode ficar sem oferta de modelo e cores”, diz.

A despachante Marlene Corrêa aproveitou a oportunidade e comprou, em março, o veículo que estava de olho. “A redução do IPI me motivou. A vantagem foi grande e, com o financiamento facilitado, bati o martelo e comprei. Estou muito contente”, ressalta.



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Arrecadação

O delegado titular da 5.ª Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran), Dernival Inforzato, avalia que a procura por regularização de veículos zero quilômetro em Bauru não diminuiu durante a crise. “A progressão de cerca de mil veículos por mês se manteve”, afirma.

Ele observa que, além do sinal de boa saúde econômica da cidade, o aumento progressivo da frota de Bauru é positivo para os cofres públicos. “Significa maior arrecadação de Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), já que metade do que é pago é revertido para a cidade”, destaca.

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